R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Aquele a quem adoram
o céu, a terra, o mar,
o que governa o mundo,
na Virgem vem morar.
A lua, o sol e os astros
o servem, sem cessar.
Mas ele vem no seio
da Virgem se ocultar.
Feliz, ó Mãe, que abrigas
na arca do teu seio
o Autor de toda a vida,
que vive em nosso meio.
Feliz chamou-te o Anjo,
o Espírito em ti gerou
dos povos o Esperado,
que o mundo transformou.
Louvor a vós, Jesus,
nascido de Maria,
ao Pai e ao Espírito
agora e todo o dia.
Salmodia
Ant. 1 Nós sofremos no mais íntimo de nós,
esperando a redenção de nosso corpo.
Salmo 38(39)
Prece de um enfermo
A criação ficou sujeita à vaidade. por sua dependência daquele que a sujeitou; esperando ser libertada (Rm 8,20).
I
–2 Disse comigo: “Vigiarei minhas palavras, *
a fim de não pecar com minha língua;
– haverei de pôr um freio em minha boca *
enquanto o ímpio estiver em minha frente”.
=3 Eu fiquei silencioso como um mudo, †
mas de nada me valeu o meu silêncio, *
pois minha dor recrudesceu ainda mais.
=4 Meu coração se abrasou dentro de mim, †
um fogo se ateou ao pensar nisso, *
5 e minha língua então falou desabafando:
= “Revelai-me, ó Senhor, qual o meu fim, †
qual é o número e a medida dos meus dias, *
para que eu veja quanto é frágil minha vida!
–6 De poucos palmos vós fizestes os meus dias; *
perante vós a minha vida é quase nada.
–7 O homem, mesmo em pé, é como um sopro, *
ele passa como a sombra que se esvai;
– ele se agita e se preocupa inutilmente, *
junta riquezas sem saber quem vai usá-las”.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Nós sofremos no mais íntimo de nós,
esperando a redenção de nosso corpo.
Ant. 2 Ó Senhor, prestai ouvidos à minha prece,
não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!
II
–8 E agora, meu Senhor, que mais espero? *
Só em vós eu coloquei minha esperança!
–9 De todo meu pecado libertai-me; *
não me entregueis às zombarias dos estultos!
–10 Eu me calei e já não abro mais a boca, *
porque vós mesmo, ó Senhor, assim agistes.
–11 Afastai longe de mim vossos flagelos; *
desfaleço ao rigor de vossa mão!
=12 Punis o homem, corrigindo as suas faltas; †
como a traça, destruís sua beleza: *
todo homem não é mais do que um sopro.
=13 Ó Senhor, prestai ouvido à minha prece, †
escutai-me quando grito por socorro, *
não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!
– Sou um hóspede somente em vossa casa, *
um peregrino como todos os meus pais.
–14 Desviai o vosso olhar, que eu tome alento, *
antes que parta e que deixe de existir!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Ó Senhor, prestai ouvidos à minha prece,
não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!
Ant. 3 Eu confio na clemência do Senhor
agora e para sempre.
Salmo 51(52)
Contra a maldade do caluniador
Quem se gloria, glorie-se no Senhor (1Cor 1,31).
–3 Por que é que te glorias da maldade, *
ó injusto prepotente?
=4 Tu planejas emboscadas todo dia, †
tua língua é qual navalha afiada, *
fabricante de mentiras!
–5 Tu amas mais o mal do que o bem, *
mais a mentira que a verdade!
–6 Só gostas das palavras que destroem, *
ó língua enganadora!
–7 Por isso Deus vai destruir-te para sempre *
e expulsar-te de sua tenda;
– vai extirpar-te e arrancar tuas raízes *
da terra dos viventes!
–8 Os justos hão de vê-lo e temerão, *
e rindo dele vão dizer:
–9 “Eis o homem que não pôs no Senhor Deus *
seu refúgio e sua força,
– mas confiou na multidão de suas riquezas, *
subiu na vida por seus crimes!”
–10 Eu, porém, como oliveira verdejante *
na casa do Senhor,
– confio na clemência do meu Deus *
agora e para sempre!
–11 Louvarei a vossa graça eternamente, *
porque vós assim agistes;
– espero em vosso nome, porque é bom, *
perante os vossos santos!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Eu confio na clemência do Senhor
agora e para sempre.
V. No Senhor ponho a minha esperança,
R. Espero em sua palavra.
Do Livro do Profeta Isaías 25,6-26,6
O Senhor há de preparar um banquete;
cântico dos remidos
25,6O Senhor dos exércitos dará
neste monte, para todos os povos,
um banquete de ricas iguarias,
regado com vinho puro,
servido de pratos deliciosos
e dos mais finos vinhos.
7 Ele removerá, neste monte,
a ponta da cadeia que ligava todos os povos,
a teia em que tinha envolvido todas as nações.
8 O Senhor Deus
eliminará para sempre a morte
e enxugará as lágrimas de todas as faces
e acabará com a desonra de seu povo em toda a terra,
o Senhor o disse.
9 Naquele dia, se dirá: “Este é o nosso Deus,
esperamos nele, até que nos salvou;
este é o Senhor, nele temos confiado:
vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo”.
10 E a mão do Senhor repousará sobre este monte.
Moab será esmagado em seu território,
como palha no monturo;
11 e estenderá as mãos em seu redor,
como faz o nadador para nadar;
mas será humilhada a sua soberba
e suas mãos serão quebrantadas.
12 O Senhor derrubou a forte defesa dos teus muros,
pôs por terra e reduziu tudo a pó.
26,1 Naquele dia, cantarão este canto em Judá:
“Uma cidade fortificada é a nossa segurança;
o Senhor cercou-a de muros e antemuros.
2 Abri as suas portas, para que entre um povo justo,
cumpridor da palavra,
3 firme em seu propósito;
e tu lhe conservarás a paz,
porque confia em ti.
4 Esperai no Senhor por todos os tempos,
o Senhor é a rocha eterna.
5 Ele derrubou os que habitam no alto,
a cidadela inacessível,
vai humilhá-los até o chão,
até esfregá-los na poeira.
6 Eles serão pisados,
estarão debaixo dos pés dos pobres,
dos passos dos humildes.
Responsório Ap 21,3; Is 25,8
R. Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo:
Eis a tenda de Deus no meio do povo,
seu lugar para morar.
* Será o povo de Deus
e ele, o Deus-com-seu-povo, será o seu Deus.
V. O Senhor destruirá fatal morte para sempre
e enxugará, de toda face, a lágrima da dor. * Será o povo.
Segunda leitura
Da carta de São João Paulo II por ocasião do VII centenário do Santuário da Casa de Loreto
(Lettera a Mons. P. Macchi, 15 agosto 1993: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XVI/2, 526-537)
Maria, espaço físico e espiritual da Encarnação
A Santa Casa de Loreto não é apenas uma "relíquia", mas também um precioso "ícone" concreto. É um "ícone", não de verdades abstratas, mas de um evento e de um mistério: a Encarnação do Verbo.
A Encarnação, que se relembra dentro destas paredes sagradas, recupera subitamente o seu genuíno significado bíblico; não é uma simples doutrina sobre a união entre o divino e o humano, mas de um acontecimento que ocorreu num ponto preciso do tempo e do espaço, como as palavras do Apóstolo maravilhosamente elucidam: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher (Gl 4,4).
Maria é a Mulher; é, por assim dizer, conjuntamente o "espaço" físico e espiritual em que ocorreu a Encarnação. Mas também a Casa em que Ela viveu constitui uma referência muito concreta e visível de tal realidade.
A recordação da vida oculta de Nazaré aponta para questões muito concretas e próximas da experiência de todos os homens e de todas as mulheres. Desperta o sentido da santidade da família, apresentando um mundo inteiro de valores, hoje tão ameaçados, como a fidelidade, o respeito à vida, a educação dos filhos, a oração, que as famílias cristãs podem redescobrir dentro das paredes da Santa Casa, a primeira e exemplar "igreja doméstica" da história.
A Santa Casa recorda, ao mesmo tempo, também a grandeza da vocação à vida consagrada e à virgindade em prol do Reino, que aqui teve a sua gloriosa inauguração na pessoa de Maria, Virgem e Mãe.
Por isso, aos inumeráveis jovens que peregrinam até à Casa da Mãe, gostaria eu de repetir as palavras que lhes dirigi noutra ocasião: "Caminhai em direção a Maria, caminhai com Maria... Fazei ressoar no vosso coração o seu fiat". Que os jovens, à luz dos ensinamentos da Casa de Nazaré, renovem o seu empenho como leigos católicos e levem outra vez Cristo aos corações, às famílias, à cultura e à sociedade.
O esforço justo e congruente do nosso tempo por reconhecer o lugar e o estatuto que à mulher compete na Igreja e na sociedade encontra aqui igualmente uma ocasião oportuna de aprofundamento. Porque Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher (Gl 4,4), todas as mulheres foram elevadas, em Maria, a uma dignidade inconcebível e sem paralelo.
Nenhuma consideração teórica poderá, pois, enaltecer a dignidade do trabalho humano, como o simples fato de o Filho de Deus ter trabalhado em Nazaré e ter querido ser chamado de filho do carpinteiro (cf. Mt 13,55).
Por fim, como poderíamos deixar de mencionar a “opção pelos pobres”, que a Igreja fez no Concílio (cf. Lumen gentium, 8), e reafirmada ulteriormente sempre de modo mais claro? As austeras e humildes paredes da Santa Casa lembram-nos, de forma bem visível, que foi o próprio Deus quem inaugurou essa opção em Maria, a qual, como diz um belo texto conciliar, “sobressai entre os humildes e os pobres do Senhor, que d'Ele com confiança esperam e recebem a salvação”.
Ainda quanto a este tema da pobreza e do sofrimento, um lugar privilegiado tiveram na história do Santuário os doentes, que foram dos primeiros peregrinos a acorrer à Santa Casa e a difundir a sua fama entre os povos. Aliás, onde é que eles poderiam ser mais bem acolhidos senão na casa d'Aquela que justamente as Ladainhas Lauretanas nos fazem invocar como "saúde dos enfermos" e "consoladora dos aflitos"?
“Oxalá este Santuário de Loreto – como disse João XXIII – seja sempre como uma janela aberta ao mundo, evocando aquelas vozes misteriosas que anunciam a santificação das almas, das famílias e dos povos”.
Responsório
R. Verdadeiramente bendita sois vós entre as mulheres,
porque Deus estabeleceu em vós a sua morada.
* Consagrareis ao Senhor as multidões dos povos.
V. Aquele que os céus não puderam abranger,
no vosso seio o trouxestes.
* Consagrareis.
Oração
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.

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